Estamos no colégio Agaru High School, onde o ensino é singular e onde os alunos devem dar o máximo de si nas atividades escolares a fim de serem bem sucedidos futuramente. Além do ensino de base, o colégio disponibiliza cursos alternativos para o aprimoramento dos alunos que são encorajados a seguir o que lhes convém e, se desejarem especialização, poderão transformá-los em sua profissão. É exigido dos alunos pontualidade e responsabilidade, não comprometendo de maneira alguma a reputação do colégio. Se acaso houver algum motivo que comprometa o nome deste, o responsável deverá ser punido severamente e, dependendo do caso, ser expulso.
06:58 AM
- Droga! Tô atrasada, mais uma vez. Eu não deveria ter ficado
até tarde jogando videogame. Mas fazer o quê? Não consigo resistir, hehe. –
disse Misaki Ayuzawa, correndo pela rua, atrasada.
Ela avista o portão e percebe que já estão fechando-o, e aí
ela sai correndo como um foguete e chega a tempo.
- Não foi dessa vez, Howl. – disse ela ao porteiro.
- Sugiro que a senhorita seja mais pontual e mais
responsável, pois todas as vezes você está prestes a levar um carimbo, mas se
salva por um ou dois minutos. – disse Howl com um olhar de reprovação. Nem
parecia um porteiro, era totalmente elegante e bem estudado, bonito, as meninas
caíam encima, mas ele nem dava atenção.
- Obrigada pelo lembrete diário. O pessoal já subiu para as
salas?
- Não, o sinal não tocou ainda. Vá logo trocar seus sapatos.
- Obrigada mais uma vez. Até mais. – disse Misaki já a
caminho dos armários escolares e, após trocar os sapatos, dirigiu-se ao grande
pátio cheio de alunos enfileirados.
O pátio era um local gigante onde os alunos aguardavam a
aprovação do diretor e do vice-diretor para poderem entrar em suas salas.
Também era ali onde os alunos fazem o intervalo e tomam café da manhã. À tarde
eles também passavam por ali para dirigir-se ao Grand Room onde subdividia as classes dos cursos e áreas como o
teatro, cinema e, ao fundo, o Green
Garden, o jardim.
Em meio à multidão, Misaki avista de longe sua amiga que
também é de sua classe.
- Kahoko-chan! – diz ela acenando com uma das mãos e a outra
segurando sua bolsa escolar.
- Misaki-chan. Sempre em cima da hora, hein. – respondeu ela.
– Jogou até tarde mais uma vez?
- Sim, não consegui vencer de um chefe e você sabe que
detesto perder.
- Sei bem, mas ganhou, pelo menos?
- Não. – respondeu Misaki com cara de desapontada.
- Não se preocupe, você vai conseguir.
- Mas é claro que eu vou, hehe, eu sou Misaki Ayuzawa,
desistir não faz parte do meu legado.
De repente um garoto esbarra no ombro dela enquanto vai para
a sua fila do 3° Ano. Ele olha para ela com desdém enquanto anda e logo lhe dá
as costas.
- Esse maldito Raito. – disse Misaki rangendo os dentes.
- Calma, Misa-chan, foi sem querer. – disse Kahoko colocando
a mão no ombro da amiga que gritava ao garoto agora distante:
- Imbecil!
Então o diretor surge na sacada do pátio e começa a conversar
com os alunos do alto:
- Bom dia, alunos do colégio Agaru High School. Espero que vocês estejam inspirados para mais um
dia de aula. Lembrem-se: Respeito aos colegas, aos professores, aos diretores e
principalmente a escola. Podem ir para as classes. Bom estudo.
- Obrigado, diretor!!! – murmuraram todos os alunos do pátio
e dirigiram-se para as salas.
2 – A
- Olha que lindo o cabelo da menina
nova. – ouviam-se os sussurros das meninas sobre a caloura Mio Akiyama enquanto
ela dirigia-se a uma cadeira no fundo da sala. – Só não é mais bonito do que o
da nossa representante de turma, a Taiga.
- Pessoal, temos uma aluna nova.
Apresente-se, por favor. – disse a representante de turma.
Mio levantou-se e disse:
- Olá, me chamo Mio Akiyama, tenho
16 anos, gosto de ler e ouvir música.
- Obrigada por sua cooperação,
Mio-san, sou Taiga Aisaka. Você será bem recebida e qualquer problema que
tiver, avise-me.
- Obrigada, Aisaka-san.
Todos sentam-se quando o professor
chega e então ele explica a matéria.
[...]
- Alunos, terei que me ausentar por
alguns minutos, comportem-se, por favor. – disse o professor que ao terminar a
frase dirigiu-se para o corredor e seguiu seu caminho.
- Oi. – disse um garoto com a cabeça
apoiada ao queixo, sentado do lado esquerdo de Mio, também na última mesa, só
que ele ficava ao lado da janela.
- Olá. – respondeu Mio.
- Eu me chamo Xerxes Break. Seja
bem-vinda a classe 2-A.
- Obrigada, você é muito gentil.
- Hehe, não. – agora ele, ainda
sentado, ficou de frente para Mio, e sorridente continuou: - Eu sou muito
Xerxes.
- Hã...n? – disse Mio, meio confusa.
Xerxes levantou-se e cruzou os
braços e divertidamente emburrado disse:
- Poxa vida, você não entendeu?
Ouviu-se uma voz que vinha das mesas
mais a frente, uma voz já ouvida antes.
- Ei, palhaço, pare de encher o saco
da novata. – disse Taiga que agora fechava o punho direito. – Preciso
ensinar-lhe a ter bons modos?
Ele aproximou-se dela, levou uma das
mãos perto da boca e sussurrou algo que só ela pôde ouvir:
- Qual é? Vai dar uma de responsável
para ela? Todos nós aqui sabemos que você é um fracasso como representante.
Taiga tremeu o corpo, levou as duas
mãos a testa, parou, pensou e disse:
- Se tiver apenas uma pessoa
acreditando que eu sou responsável então eu conseguirei ser, para não
decepcioná-la.
- Por que você não desiste logo do
cargo? Já achou os livros que faltam da biblioteca que você perdeu? Afinal, lá é sua jurisdição.
Ela agora baixa a cabeça sobre a
mesa e lamenta:
- Não posso, o contrato vai até o
fim do ano e eu não posso desistir. Não achei ainda, não sei onde enfiei
aqueles malditos livros. Maldita também foi a hora em que eu me candidatei a
essa posição pensando nos benefícios e não nas responsabilidades.
- Pois é. Você deveria tentar ser
mais como a representante de turma da sala 2-B, Misaki Ayuzawa, que é competente
e responsável.
- Calado, palhaço, e pare de fazer
comparações. – ela mais uma vez o olhava de um jeito ameaçador.
- Tá, tá. – disse ele dando-lhes as
costas e voltando ao seu assento. – Só estou tentando te ajudar a ser mais
responsável.
- Quieto.
Então o professor retorna a sala e
retoma as explicações.
2-B
- Misaki-san.
- Sim, professora.
- Você poderia ir até a sala de
leitura e pegar alguns livros de história?
- Claro, professora.
- Chame alguém para ajudá-la.
- Não há necessidade. Eu consigo
carregar todos. – disse ela mostrando os músculos do braço direito.
- Mas Misa-chan... – comentou
Kahoko.
- Não se preocupe, Kaho-chan. Você
sabe como sou forte. Fique aí, eu já volto. – e saiu rumo à biblioteca.
- Essa nossa representante é demais.
– disse um dos alunos.
- Professora, por que a Misaki-chan
não foi escolhida como presidente do conselho estudantil já que o voto da
maioria dos estudantes foi para ela? – indagou Kahoko.
- Os votos dos alunos são
importantes, Kahoko-san, mas os votos dos professores também são e tem mais
peso. Eu votei na Misaki-san, mas os outros professores decidiram eleger outro
aluno.
- Entendi.
Enquanto isso na biblioteca...
- Opa. Woow. Equilíbrio. – disse
Misaki aos livros pesados que formavam quase que uma torre. – Isso. Todos
equilibrados.
E ela sai da sala olhando para o
caminho e para a “torre” freneticamente quando avista um aluno encostado em uma
das paredes do Grand Room.
- Ei, você. – disse ela ao aluno que
era nada mais nada menos que o garoto que a provocara anteriormente: Raito
Yagami. “Maldito” pensou. – O que você está fazendo aí?
- Você está me vendo fazer alguma
coisa? – retrucou ele.
- Exatamente por isso que eu estou
te perguntando. Por que está aí parado?
- Não é da sua conta.
- Ora, seu... – os livros começaram
a balançar. – Aaah! – Se equilibraram novamente. – Você tem sorte. Se eu não
tivesse segurando esses livros eu iria ensinar-lhe uma lição.
- Não por isso. – ele empurrou-a
levemente e ela desequilibrou-se e caiu no chão. Os livros caíram no chão
fazendo um grande barulho e alguns amassando algumas páginas.
- Não! Os livros! – ela levantou-se
rapidamente e começou a desdobrar as páginas amassadas.
- Desculpe, não tenho tempo de
esperar você desamassar todas essas páginas. – disse Raito e foi embora. – Até
mais.
Ela o fuzilou com o olhar e
continuou a desamassar as folhas.
Ouviu os passos de alguém se
aproximando enquanto empilhava novamente os livros em seus braços.
- Misaki-san, tudo bem?
- Yunoki-kaichou? T-t-tu-tudo be-bem
sim. – ela começou a tremer novamente e seu rosto ficar vermelho.
- Deixe-me ajudá-la.
- N-não, n-não precisa. – metade dos
livros caiu.
- Hehehe, não seja tão egoísta. Deixe-me
levar um pouco também.
- T-t-tá.
Ele pegou os livros que caíram e a
maioria dos que estavam na mão dela e andou ao lado dela, acompanhando-a.
- Eu estava na sala de biologia e
ouvi um barulho, fiquei preocupado, então vim ver o que aconteceu.
- Eu me desequilibrei e caí. Daí
você já sabe o que aconteceu.
- Tem que tomar cuidado. Aceite
ajuda mais vezes, está bem? – ele olhou para ela e deu um lindo sorriso.
- O-ok.
Andaram, conversaram e finalmente
chegaram à sala 2-B. Ela entrou primeiro, pôs os livros sobre a mesa da
professora e ele entrou depois.
- Bom dia, professora. Bom dia,
alunos. – disse Yunoki.
- Bom dia, Yunoki-kaichou! –
disseram os alunos.
- Ah, Misaki-san, vejo que no final
você aceitou ajuda. E, por sinal, uma ótima ajuda. – disse ela olhando para
Yunoki. – Bom dia.
- Eu que a obriguei a me deixar
ajudá-la. – ele virou o rosto para Misaki e piscou rapidamente para ela. – Eu
sabia que ela não iria aceitar ajuda tão fácil, então abusei do meu poder de
presidente e a obriguei a dar-me alguns livros.
- Hahaha, você é tão gentil. Abusar
do poder de presidente com esse propósito não tem problema. – disse a
professora.
- Sim. Sem mais, eu vou indo. Com
licença.
- Pode sair.
Então ele saiu. Misaki já estava
sentada de cabeça baixa, esperando a vermelhidão sair do seu rosto.
- Muito bem, alunos. Peguem seus
livros e abram na página 250. Vocês terão que fazer a pesquisa dessa página
para me entregar daqui a três dias. É tempo suficiente, não é?
[...]
- Ai, a Kaho-chan já deve ter ido
embora. – disse Misaki com a esperança de ainda avistar a amiga em meio aos
poucos alunos dispersados no grande pátio. – A reunião do conselho estudantil
deu uma atrasada hoje por causa dessas novas apostilas que distribuíram para
todos os alunos, mas tudo bem. Espero poder...
Ela avista a amiga de longe e anda depressa para encontrá-la.
- Kaho... – de repente alguém entra na sua frente e então ela
esbarra, os dois e as suas apostilas caem no chão.
- Ai, ai. – ela olha para o culpado e diz – Ah não, eu não
acredito que é você!
- Você não olha por onde anda, garota? – disse Raito.
- Foi você que entrou na minha frente, imbecil.
- Você estava correndo? É proibido correr sabia?
Ela olhou para a amiga que se distanciava mais e mais, pegou
a apostila e disse a ele:
- Eu não estava correndo, só andando rápido. Além disso, não
tenho tempo pra desperdiçar com você agora. – e saiu andando depressa.
- Garotas. – disse ele a si mesmo, pegou a apostila que
estava no chão e levantou-se.
Pôs a apostila em baixo dos braços, mas ao fazer isso caiu
uma foto dela. Então ele abaixou-se, pegou a foto, viu e sorriu.
Olhou para a apostila e viu no espaço dedicado ao nome
escrito “Misaki Ayuzawa”. Abriu-a, procurou o espaço dedicado ao endereço,
viu-o. Fechou a apostila e foi embora.
Rumo à livraria
- Deixe-me ver quanto dinheiro eu tenho. – ela abriu a bolsa,
pegou a carteira e contou o dinheiro. – Tenho o suficiente para comprar um
livro. Mas, onde é que tem uma livraria por aqui?
- Mio-san, está tudo bem? Se perdeu?
- Aisaka-san. Você sabe onde fica uma livraria por aqui?
- Sim, claro. Eu te levo até lá.
- Obrigada.
Elas atravessaram a rua e começaram a conversar.
- Você mudou de cidade também? – indagou Taiga.
- Sim. A família da minha mãe mora aqui então ela decidiu
morar aqui também.
- Entendo. E você está gostando da cidade?
- Eu não saio muito, tem dois dias que me mudei, então não
conheço muita coisa. – ela olhou para as casas e para a rua – Mas essa rua me é
familiar.
- Aqui é a livraria. – disse Taiga apontando discretamente
para o pequeno estabelecimento.
- Como é que eu não a vi antes? Como sou distraída. – ela
virou para a Taiga e disse – Aisaka-san, obrigada. Eu moro bem ali virando à
esquerda. Não reconheci direito à rua, pois não faço esse caminho para ir à
escola.
- Acontece. Um dia irei te visitar.
- Será bem recebida.
- Até mais, Mio-san.
- Até mais, Aisaka-san.
Então Mio entrou na pequena livraria e procurou a sessão de
terror. Folheou alguns livros e avistou um que lhe chamou a atenção.
- Um livro sobre zumbis, interessante. – disse de repente
alguém perto dela que a fez levar um susto. – Garotas geralmente não deveriam
ler romances?
- Livros de terror são mais interessantes do que histórias de
amor.
- Você é a primeira garota que me diz isso.
- Então você não deve conversar com muitas. – disse ela se
virando e procurando na outra categoria de livros.
- Hehehe. Já te disseram que você é estranha?
- Já. – ela parou, olhou para ele e perguntou – Você trabalha
aqui?
- Não, apenas frequento bastante, por quê?
- Onde ficam as revistas sobre games?
- Ah, não acredito. Você é mesmo uma garota? – ele fez um
cafuné nela.
- Claro que sou – ela disse rindo.
- As revistas ficam ali. – ele se virou para mostrar o local
em que ficavam e então Mio viu o seu cabelo enorme.
- Que belo cabelo você tem.
- Não tão belo quanto você. – disse ele suavemente
aproximando-se dela.
- Com licença, é... – disse ela indo na direção que ele
mostrara.
- Ukyo. Meu nome é Ukyo. E o seu?
- Mio. – respondeu ela de costas.
De repente outra voz vinda de fora disse:
- Ukyo, isso é para hoje? – disse um menino que esperava do
lado de fora.
- Já vou, Hayate. – respondeu Ukyo olhando para ele, mas
virou para Mio e disse. – Foi um prazer conhecê-la, Mio-chan. Até mais. – e
saiu.
Mio continuou averiguando os livros e decidiu levar o de
zumbis. Pensou: “Mas que lindo cabelo ele tem”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário