sexta-feira, 29 de março de 2013

01 - Olá, colégio Agaru High School!






Estamos no colégio Agaru High School, onde o ensino é singular e onde os alunos devem dar o máximo de si nas atividades escolares a fim de serem bem sucedidos futuramente. Além do ensino de base, o colégio disponibiliza cursos alternativos para o aprimoramento dos alunos que são encorajados a seguir o que lhes convém e, se desejarem especialização, poderão transformá-los em sua profissão. É exigido dos alunos pontualidade e responsabilidade, não comprometendo de maneira alguma a reputação do colégio. Se acaso houver algum motivo que comprometa o nome deste, o responsável deverá ser punido severamente e, dependendo do caso, ser expulso.

 

06:58 AM

- Droga! Tô atrasada, mais uma vez. Eu não deveria ter ficado até tarde jogando videogame. Mas fazer o quê? Não consigo resistir, hehe. – disse Misaki Ayuzawa, correndo pela rua, atrasada.

Ela avista o portão e percebe que já estão fechando-o, e aí ela sai correndo como um foguete e chega a tempo.

- Não foi dessa vez, Howl. – disse ela ao porteiro.

- Sugiro que a senhorita seja mais pontual e mais responsável, pois todas as vezes você está prestes a levar um carimbo, mas se salva por um ou dois minutos. – disse Howl com um olhar de reprovação. Nem parecia um porteiro, era totalmente elegante e bem estudado, bonito, as meninas caíam encima, mas ele nem dava atenção.

- Obrigada pelo lembrete diário. O pessoal já subiu para as salas?

- Não, o sinal não tocou ainda. Vá logo trocar seus sapatos.

- Obrigada mais uma vez. Até mais. – disse Misaki já a caminho dos armários escolares e, após trocar os sapatos, dirigiu-se ao grande pátio cheio de alunos enfileirados.

O pátio era um local gigante onde os alunos aguardavam a aprovação do diretor e do vice-diretor para poderem entrar em suas salas. Também era ali onde os alunos fazem o intervalo e tomam café da manhã. À tarde eles também passavam por ali para dirigir-se ao Grand Room onde subdividia as classes dos cursos e áreas como o teatro, cinema e, ao fundo, o Green Garden, o jardim.

Em meio à multidão, Misaki avista de longe sua amiga que também é de sua classe.

- Kahoko-chan! – diz ela acenando com uma das mãos e a outra segurando sua bolsa escolar.

- Misaki-chan. Sempre em cima da hora, hein. – respondeu ela. – Jogou até tarde mais uma vez?

- Sim, não consegui vencer de um chefe e você sabe que detesto perder.

- Sei bem, mas ganhou, pelo menos?

- Não. – respondeu Misaki com cara de desapontada.

- Não se preocupe, você vai conseguir.

- Mas é claro que eu vou, hehe, eu sou Misaki Ayuzawa, desistir não faz parte do meu legado.

De repente um garoto esbarra no ombro dela enquanto vai para a sua fila do 3° Ano. Ele olha para ela com desdém enquanto anda e logo lhe dá as costas.

- Esse maldito Raito. – disse Misaki rangendo os dentes.

- Calma, Misa-chan, foi sem querer. – disse Kahoko colocando a mão no ombro da amiga que gritava ao garoto agora distante:

- Imbecil!

Então o diretor surge na sacada do pátio e começa a conversar com os alunos do alto:

- Bom dia, alunos do colégio Agaru High School. Espero que vocês estejam inspirados para mais um dia de aula. Lembrem-se: Respeito aos colegas, aos professores, aos diretores e principalmente a escola. Podem ir para as classes. Bom estudo.

- Obrigado, diretor!!! – murmuraram todos os alunos do pátio e dirigiram-se para as salas.

 

2 – A

            - Olha que lindo o cabelo da menina nova. – ouviam-se os sussurros das meninas sobre a caloura Mio Akiyama enquanto ela dirigia-se a uma cadeira no fundo da sala. – Só não é mais bonito do que o da nossa representante de turma, a Taiga.

            - Pessoal, temos uma aluna nova. Apresente-se, por favor. – disse a representante de turma.

            Mio levantou-se e disse:

            - Olá, me chamo Mio Akiyama, tenho 16 anos, gosto de ler e ouvir música.

            - Obrigada por sua cooperação, Mio-san, sou Taiga Aisaka. Você será bem recebida e qualquer problema que tiver, avise-me.

            - Obrigada, Aisaka-san.

            Todos sentam-se quando o professor chega e então ele explica a matéria.

[...]

            - Alunos, terei que me ausentar por alguns minutos, comportem-se, por favor. – disse o professor que ao terminar a frase dirigiu-se para o corredor e seguiu seu caminho.

            - Oi. – disse um garoto com a cabeça apoiada ao queixo, sentado do lado esquerdo de Mio, também na última mesa, só que ele ficava ao lado da janela.

            - Olá. – respondeu Mio.

            - Eu me chamo Xerxes Break. Seja bem-vinda a classe 2-A.

            - Obrigada, você é muito gentil.

            - Hehe, não. – agora ele, ainda sentado, ficou de frente para Mio, e sorridente continuou: - Eu sou muito Xerxes.

            - Hã...n? – disse Mio, meio confusa.

            Xerxes levantou-se e cruzou os braços e divertidamente emburrado disse:

            - Poxa vida, você não entendeu?

            Ouviu-se uma voz que vinha das mesas mais a frente, uma voz já ouvida antes.

            - Ei, palhaço, pare de encher o saco da novata. – disse Taiga que agora fechava o punho direito. – Preciso ensinar-lhe a ter bons modos?

            Ele aproximou-se dela, levou uma das mãos perto da boca e sussurrou algo que só ela pôde ouvir:

            - Qual é? Vai dar uma de responsável para ela? Todos nós aqui sabemos que você é um fracasso como representante.

            Taiga tremeu o corpo, levou as duas mãos a testa, parou, pensou e disse:

            - Se tiver apenas uma pessoa acreditando que eu sou responsável então eu conseguirei ser, para não decepcioná-la.

            - Por que você não desiste logo do cargo? Já achou os livros que faltam da biblioteca que você perdeu? Afinal, lá é sua jurisdição.

            Ela agora baixa a cabeça sobre a mesa e lamenta:

            - Não posso, o contrato vai até o fim do ano e eu não posso desistir. Não achei ainda, não sei onde enfiei aqueles malditos livros. Maldita também foi a hora em que eu me candidatei a essa posição pensando nos benefícios e não nas responsabilidades.

            - Pois é. Você deveria tentar ser mais como a representante de turma da sala 2-B, Misaki Ayuzawa, que é competente e responsável.

            - Calado, palhaço, e pare de fazer comparações. – ela mais uma vez o olhava de um jeito ameaçador.

            - Tá, tá. – disse ele dando-lhes as costas e voltando ao seu assento. – Só estou tentando te ajudar a ser mais responsável.

            - Quieto.

            Então o professor retorna a sala e retoma as explicações.

 

2-B

            - Misaki-san.

            - Sim, professora.

            - Você poderia ir até a sala de leitura e pegar alguns livros de história?

            - Claro, professora.

            - Chame alguém para ajudá-la.

            - Não há necessidade. Eu consigo carregar todos. – disse ela mostrando os músculos do braço direito.

            - Mas Misa-chan... – comentou Kahoko.

            - Não se preocupe, Kaho-chan. Você sabe como sou forte. Fique aí, eu já volto. – e saiu rumo à biblioteca.

            - Essa nossa representante é demais. – disse um dos alunos.

            - Professora, por que a Misaki-chan não foi escolhida como presidente do conselho estudantil já que o voto da maioria dos estudantes foi para ela? – indagou Kahoko.

            - Os votos dos alunos são importantes, Kahoko-san, mas os votos dos professores também são e tem mais peso. Eu votei na Misaki-san, mas os outros professores decidiram eleger outro aluno.

            - Entendi.

            Enquanto isso na biblioteca...

            - Opa. Woow. Equilíbrio. – disse Misaki aos livros pesados que formavam quase que uma torre. – Isso. Todos equilibrados.

            E ela sai da sala olhando para o caminho e para a “torre” freneticamente quando avista um aluno encostado em uma das paredes do Grand Room.

            - Ei, você. – disse ela ao aluno que era nada mais nada menos que o garoto que a provocara anteriormente: Raito Yagami. “Maldito” pensou. – O que você está fazendo aí?

            - Você está me vendo fazer alguma coisa? – retrucou ele.

            - Exatamente por isso que eu estou te perguntando. Por que está aí parado?

            - Não é da sua conta.

            - Ora, seu... – os livros começaram a balançar. – Aaah! – Se equilibraram novamente. – Você tem sorte. Se eu não tivesse segurando esses livros eu iria ensinar-lhe uma lição.

            - Não por isso. – ele empurrou-a levemente e ela desequilibrou-se e caiu no chão. Os livros caíram no chão fazendo um grande barulho e alguns amassando algumas páginas.

            - Não! Os livros! – ela levantou-se rapidamente e começou a desdobrar as páginas amassadas.

            - Desculpe, não tenho tempo de esperar você desamassar todas essas páginas. – disse Raito e foi embora. – Até mais.

            Ela o fuzilou com o olhar e continuou a desamassar as folhas.

            Ouviu os passos de alguém se aproximando enquanto empilhava novamente os livros em seus braços.

            - Misaki-san, tudo bem?

            - Yunoki-kaichou? T-t-tu-tudo be-bem sim. – ela começou a tremer novamente e seu rosto ficar vermelho.

            - Deixe-me ajudá-la.

            - N-não, n-não precisa. – metade dos livros caiu.

            - Hehehe, não seja tão egoísta. Deixe-me levar um pouco também.

            - T-t-tá.

            Ele pegou os livros que caíram e a maioria dos que estavam na mão dela e andou ao lado dela, acompanhando-a.

            - Eu estava na sala de biologia e ouvi um barulho, fiquei preocupado, então vim ver o que aconteceu.

            - Eu me desequilibrei e caí. Daí você já sabe o que aconteceu.

            - Tem que tomar cuidado. Aceite ajuda mais vezes, está bem? – ele olhou para ela e deu um lindo sorriso.

            - O-ok.

            Andaram, conversaram e finalmente chegaram à sala 2-B. Ela entrou primeiro, pôs os livros sobre a mesa da professora e ele entrou depois.

            - Bom dia, professora. Bom dia, alunos. – disse Yunoki.

            - Bom dia, Yunoki-kaichou! – disseram os alunos.

            - Ah, Misaki-san, vejo que no final você aceitou ajuda. E, por sinal, uma ótima ajuda. – disse ela olhando para Yunoki. – Bom dia.

            - Eu que a obriguei a me deixar ajudá-la. – ele virou o rosto para Misaki e piscou rapidamente para ela. – Eu sabia que ela não iria aceitar ajuda tão fácil, então abusei do meu poder de presidente e a obriguei a dar-me alguns livros.

            - Hahaha, você é tão gentil. Abusar do poder de presidente com esse propósito não tem problema. – disse a professora.

            - Sim. Sem mais, eu vou indo. Com licença.

            - Pode sair.

            Então ele saiu. Misaki já estava sentada de cabeça baixa, esperando a vermelhidão sair do seu rosto.

            - Muito bem, alunos. Peguem seus livros e abram na página 250. Vocês terão que fazer a pesquisa dessa página para me entregar daqui a três dias. É tempo suficiente, não é?

[...]

 

            - Ai, a Kaho-chan já deve ter ido embora. – disse Misaki com a esperança de ainda avistar a amiga em meio aos poucos alunos dispersados no grande pátio. – A reunião do conselho estudantil deu uma atrasada hoje por causa dessas novas apostilas que distribuíram para todos os alunos, mas tudo bem. Espero poder...

Ela avista a amiga de longe e anda depressa para encontrá-la.

- Kaho... – de repente alguém entra na sua frente e então ela esbarra, os dois e as suas apostilas caem no chão.

- Ai, ai. – ela olha para o culpado e diz – Ah não, eu não acredito que é você!

- Você não olha por onde anda, garota? – disse Raito.

- Foi você que entrou na minha frente, imbecil.

- Você estava correndo? É proibido correr sabia?

Ela olhou para a amiga que se distanciava mais e mais, pegou a apostila e disse a ele:

- Eu não estava correndo, só andando rápido. Além disso, não tenho tempo pra desperdiçar com você agora. – e saiu andando depressa.

- Garotas. – disse ele a si mesmo, pegou a apostila que estava no chão e levantou-se.

Pôs a apostila em baixo dos braços, mas ao fazer isso caiu uma foto dela. Então ele abaixou-se, pegou a foto, viu e sorriu.

Olhou para a apostila e viu no espaço dedicado ao nome escrito “Misaki Ayuzawa”. Abriu-a, procurou o espaço dedicado ao endereço, viu-o. Fechou a apostila e foi embora.

 

Rumo à livraria

- Deixe-me ver quanto dinheiro eu tenho. – ela abriu a bolsa, pegou a carteira e contou o dinheiro. – Tenho o suficiente para comprar um livro. Mas, onde é que tem uma livraria por aqui?

- Mio-san, está tudo bem? Se perdeu?

- Aisaka-san. Você sabe onde fica uma livraria por aqui?

- Sim, claro. Eu te levo até lá.

- Obrigada.

Elas atravessaram a rua e começaram a conversar.

- Você mudou de cidade também? – indagou Taiga.

- Sim. A família da minha mãe mora aqui então ela decidiu morar aqui também.

- Entendo. E você está gostando da cidade?

- Eu não saio muito, tem dois dias que me mudei, então não conheço muita coisa. – ela olhou para as casas e para a rua – Mas essa rua me é familiar.

- Aqui é a livraria. – disse Taiga apontando discretamente para o pequeno estabelecimento.

- Como é que eu não a vi antes? Como sou distraída. – ela virou para a Taiga e disse – Aisaka-san, obrigada. Eu moro bem ali virando à esquerda. Não reconheci direito à rua, pois não faço esse caminho para ir à escola.

- Acontece. Um dia irei te visitar.

- Será bem recebida.

- Até mais, Mio-san.

- Até mais, Aisaka-san.

Então Mio entrou na pequena livraria e procurou a sessão de terror. Folheou alguns livros e avistou um que lhe chamou a atenção.

- Um livro sobre zumbis, interessante. – disse de repente alguém perto dela que a fez levar um susto. – Garotas geralmente não deveriam ler romances?

- Livros de terror são mais interessantes do que histórias de amor.

- Você é a primeira garota que me diz isso.

- Então você não deve conversar com muitas. – disse ela se virando e procurando na outra categoria de livros.

- Hehehe. Já te disseram que você é estranha?

- Já. – ela parou, olhou para ele e perguntou – Você trabalha aqui?

- Não, apenas frequento bastante, por quê?

- Onde ficam as revistas sobre games?

- Ah, não acredito. Você é mesmo uma garota? – ele fez um cafuné nela.

- Claro que sou – ela disse rindo.

- As revistas ficam ali. – ele se virou para mostrar o local em que ficavam e então Mio viu o seu cabelo enorme.

- Que belo cabelo você tem.

- Não tão belo quanto você. – disse ele suavemente aproximando-se dela.

- Com licença, é... – disse ela indo na direção que ele mostrara.

- Ukyo. Meu nome é Ukyo. E o seu?

- Mio. – respondeu ela de costas.

De repente outra voz vinda de fora disse:

- Ukyo, isso é para hoje? – disse um menino que esperava do lado de fora.

- Já vou, Hayate. – respondeu Ukyo olhando para ele, mas virou para Mio e disse. – Foi um prazer conhecê-la, Mio-chan. Até mais. – e saiu.

Mio continuou averiguando os livros e decidiu levar o de zumbis. Pensou: “Mas que lindo cabelo ele tem”.

 

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